domingo, 4 de julho de 2010

Ele e a prima Maria


Ele dormia.
No sonho tudo acontecia.
Ele queria entender, mas não conseguia.
Na fantasia ele padecia.
A noite estava fria.
Ele caminhava por uma rua que ele desconhecia.
Ali só estava quem uma porteira maluca permitia.
E nada era democrático, imperava a tirania.
Uma velha o abordou e algo lhe pedia.
Mas a sua língua ele não entendia.
Ela não era brasileira, era judia.
E com o enorme nariz mexia.
Alguém chegou, ajudou-a e agora ela ria.
A noite foi e chegou o dia.
Ele no sonho permanecia.
A confusão prosseguia.
Como um cão lhe puseram uma guia.
Ele continuava a dormir, mas tudo sentia.
Na hora da fome lhe deram melancia.
De repente ele acordou com uma gritaria.
Acabaram de chegar à sua casa a prima e a tia.
Era o fim do sonho cheio de folia.
Ele acabara de ver a prima Maria.
Que alegria!
Levantou-se e foi lhe dar bom dia.
Lá estava ela, linda, encostada na pia.
Conversou um pouco e quando saiu ela sorria.
Foi embora achando que de algo ele não sabia.
Tudo bem para abraçá-la outra vez tudo valia.
O dia passou e por ela ele tudo fazia.
No ar estava a magia.
As palavras, ele nos lábios dela bebia.
Era de grande qualidade a mercadoria.
Que no final ela trazia.
Algo que ele perseguia.
Era a sua grande inteligência.
Que agora ela lhe concedia.
Quanta fantasia!
Tinha ele naquele mente vazia.
Cheia de porcaria.
Mas, agora tudo mudaria.
Porque ele com ela se pareceria!
Tendo, portanto, também a sua sabedoria.

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